A gente nunca sabe de onde vai sair a próxima febre da juventude. Já foram os hipsters, os lumbersexuais, os metrossexuais, os “sei lá o que mais sexuais”, e toda uma enorme gama de modas entre os jovens e adolescentes.
Para a nossa surpresa, a nova onda não nasceu em LONDON, “NOVA”, ou AMSTERDÃ. Foi na pacata Sorocaba, localizada a 13 postos de gasolina de distância de São Paulo, que surgiu a nova mania dos jovens: o trabalho com carteira assinada.
Com o trabalho em regime CLT cada vez mais raro no país, os jovens enxergaram na carteira assinada um novo modo de se sentirem exclusivos. Agora, ao invés de bares sujos e caçambas de lixo, esses jovens se encontram na fila do Ministério do Trabalho, nos intervalos de almoço do trabalho ou até mesmo após o expediente.
Robson Gil, de 21 anos, foi um dos que aderiu à essa moda: “a gente viu que pouquíssima gente tinha emprego CLT e achou uma nova forma de fazer parte de uma tribo exclusivíssima” – disse Robson – “a gente trabalha duro todos os dias, até tô usando roupa limpa”.
Quem também se beneficiou dessa moda foi o comércio local, que comemora a queda nos números do vandalismo: “a gente tinha que limpar pixo de vagabundo toda segunda feira” – diz Cleyton Camargo, dono do Cleyton’s Bar – “hoje ‘os cara’ tão levantando cedo pra pegar condução junto com o povão, tomara que essa moda pegue”, diz empolgado.
Segundo o coolhunter Lívio Di Flávio, o envolvimento dos jovens com o mercado de trabalho surpreende até os especialistas: “estávamos a um degrau de ver jovens comendo lixo em nome da moda, seja lá o que aconteceu, deu uma virada na tendência. Fico feliz que o Brasil volte a estar na vanguarda do comportamento”, conclui.
No finalzinho da tarde, reencontramos Robson Gil. Em conversa com a gente, ele revela os motivos pra essa virada no comportamento do jovem: “meu pai me obrigou”.
Fonte: Projeto Solo
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