quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Coremas com maior açude da cidade enfrenta protesto dos moradores



Não parece ser verdade, mas o é: a maior comunidade rural do município de Coremas, que fica por trás e a pouca distância do maior complexo hídrico do estado (Coremas/Mãe D’água), está passando sede e decidiu protestar nesta terça-feira, 24. Foi o segundo protesto pelo mesmo motivo do ano passado para cá. 

 Revoltados, os moradores da comunidade de Mãe D’água, que tem o mesmo nome do açude, exatamente porque o povoado e o reservatório ficam na mesma área rural, interditaram durante seis horas a rodovia estadual 426 que passa pela localidade, ligando Coremas a Cajazeirinhas.
                Conforme o vice-prefeito de Coremas, Lucrenato Júnior, que esteve na manifestação, a comunidade é abastecida por uma tubulação que sai das comportas do açude de Mãe D’água, assim como outros ramais d'água. O problema é que, com o aumento da vazão do tubo que despeja no rio Aguiar, o volume da água que é levada ao povoado, por gravidade, diminuiu e não está conseguindo chegar ao seu destino. “São mais de 500 pessoas prejudicadas, e o que elas querem é que diminua a vazão da água que desce para o rio para que melhore o volume que é distribuído à comunidade para que a água tenha força para chegar à casa das pessoas”, comentou Júnior.
                O protesto, que começou por volta das 6h, só foi encerrado ao meio-dia, depois que representantes da Ana (Agência Nacional das Águas) e da Aesa, que é o órgão gestor das águas do estado, prometeram discutir o assunto em uma reunião, que foi realizada três horas depois na Câmara Municipal.
                Sob forte pressão, os representantes das duas agências prometeram, nos próximos dias, reduzir a vazão da água que desce ao rio para favorecer o abastecimento da comunidade rural. “Um dos representantes da Ana disse que a água precisava descer no rio com um bom volume para conseguir chegar às cidades do Rio Grande do Norte, mas eu disse a ele que era muita injustiça levar água a um outro estado e deixar a comunidade a qual pertence o açude passando sede”, disse o vice-prefeito, ao observar que, se nada for resolvido, a estrada voltará a ser interditada.
                Hoje grande parte da água do Vale vai para outros centros urbanos do Sertão paraibano e do Rio Grande do Norte, enquanto cidades e comunidades rurais, dentro da própria região vale-piancoense, passam sede, a exemplo de Piancó, Boa Ventura, Diamante e até áreas da própria Coremas, o que tende a se agravar com a queda no nível do açude.

Fonte: Folha do Vale

Nenhum comentário:

Postar um comentário