domingo, 5 de junho de 2016

Sem recurso do Governo Federal, Hospital do Câncer pode ser fechado

A vida de quem depende de atendimento gratuito de saúde está cada vez mais difícil. Enquanto artistas se reuniram para protestar contra o 'ex-fim' do MinC e do eventual fim da Lei Rouanet, milhares de pessoas enfermas perderão o atendimento no Hospital do Câncer de Fernandópolis, em São Paulo.

Na unidade são realizados cerca de duzentos atendimentos médicos por dia, com exames preventivos de câncer de colo do útero, mama, próstata e pele. O anúncio do fechamento da unidade, que ocorrerá dentro de no máximo um mês, foi do diretor do hospital, Henrique Prata.

Segundo Henrique, a unidade foi inaugurada, mas não foi credenciada e por isso não tem recebido os recursos necessários para manter o hospital com a realização dos procedimentos diários e cumprindo com a folha de pagamento.

Ainda segundo o diretor do hospital, a unidade tem sido mantida com doações, mas estas têm sidos muito baixas e existe um atraso de mais de R$30 milhões em repasses de verbas, o que obriga a direção a optar pelo fechamento da unidade Fernandópolis.

Outra unidade do HC em São Paulo, localizado em Jales, também pode fechar as portas em breve. O Hospital do Câncer de Barretos fechou o ano passado com um custo de quase R$500 milhões, sendo que o SUS só repassou R$207 milhões. O restante do valor foi arrecadado com shows feitos por cantores famosos e doações diversas.

Nota da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo

A SES de São Paulo informou que a habilitação da unidade foi aprovada no dia 17 de março de 2015 (um ano e dois meses atrás), em uma comissão constituída por município e estado e em seguida a aprovação foi remetida para órgão federal, aguardando o credenciamento, que em mais de um ano, não respondeu se concordava ou não.

A Secretaria também informou que nos últimos três anos já repassou mais de R$700 milhões a Fundação Pio XII, que é a mantenedora dos hospitais, sendo que desde valor R$178 milhões foram repassados de forma voluntária para cobrir o déficit deixado pelo governo federal.

Quanto ao credenciamento do atendimento oncológico junto ao SUS, a secretaria deixou claro que não cabe ao estado de São Paulo realizar, mas sim o Ministério da Saúde. O estado de São Paulo cumpriu com todas as formalidades que eram de sua responsabilidade, bem como salientou que até o final do ano serão repassados mais R$36,5 milhões a fundação mantenedora. Cabe ao governo federal realizar o credenciamento e negociar os repasses de forma que o hospital não feche.

Até o fechamento dessa matéria o Ministério da Saúde não havia se manifestado sobre o assunto.

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