Deputados paraibanos podem decidir futuro de Cunha. Os deputados paraibanos estão equilibrados na sua disposição de manter ou não o deputado Eduardo Cunha (PMDB) no cargo. Cinco deputados devem votar a favor da cassação do deputado e quatro apoiam a inocência do deputado e vão contra o processo que cassa o seu mandato.
A favor do deputado e contra a cassação é
Manoel Júnior (PMDB), Wellington Roberto (PR), Benjamim Maranhão (SD),
Hugo Motta (PMDB) integram a defesa do deputado. A favor da cassação são
os deputados Luiz Couto (PT), Efraim Filho (DEM), Damião Feliciano
(PDT), Rômulo Gouveia (PSD) e Wilson Filho (PTB).
Três são os deputados que podem
desequilibrar essa preferência. Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), Pedro
Cunha Lima (PSDB) e Aguinaldo Ribeiro (PP) podem definir a maioria da
bancada paraibana em relação a situação complicada em que Cunha está
metido.
Entenda a cassação
O deputado Cunha é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras, em março de 2015, quando afirmou não possuir contas na Suíça.
Posteriormente, a Procuradoria-Geral da
República confirmou a existência de contas na Suíça ligadas a Cunha e
seus familiares, e um delator da Lava Jato disse em depoimento à
comissão que entregou R$ 4 milhões a representantes do peemedebista.
O deputado nega envolvimento no esquema
de corrupção e diz não possuir contas bancárias no exterior, mas trusts,
um tipo de investimento para o qual não seria exigida à declaração à
Receita Federal e no qual a administração dos bens passa à titularidade
de terceiros.
Além das acusações que enfrenta no
Conselho de Ética, Cunha se tornou réu por corrupção passiva e lavagem
de dinheiro no STF e é alvo de pelo menos outras duas denúncias e de um
inquérito no STF. Segundo o “Estadão Conteúdo”, o número de denúncias
contra Cunha no STF, em maio, era de oito.
Em uma das ações, que deve ser julgada
no dia 23, a Procuradoria-Geral da República acusa Cunha de ter
abastecido contas secretas na Suíça com dinheiro de propina do esquema
da Petrobras. Caso aceita a denúncia e torne o deputado réu num segundo
processo, esta seria a primeira manifestação do STF sobre as contas
suíças de Cunha.
A terceira denúncia da Procuradoria
acusa o peemedebista de ter solicitado e recebido propina do consórcio
formado por Odebrecht, OAS e Carioca Christiani Nielsen Engenharia –que
atuava na obra do Porto Maravilha– no montante de cerca de R$ 52
milhões.
A mulher do deputado, Cláudia Cruz, se
tornou ré pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, após o
juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitar
denúncia do Ministério Público Federal que também trata do uso das
contas suíças pela mulher do deputado.
Há ainda um inquérito contra Cunha no STF em que ele é acusado de recebimento de propina de Furnas.
Cunha nega irregularidades em todos os
casos e só é réu no primeiro deles. Nos outros, o STF ainda precisa
julgar se aceita o pedido da PGR.
O deputado está afastado da Presidência
da Câmara desde maio deste ano, por decisão do STF, que entendeu que ele
utilizava o cargo para interferir nas investigações contra ele.
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