A campanha
Outubro Rosa, que visa conscientizar as mulheres da necessidade de
prevenção contra o câncer de mama, tem um tom diferente no Vale e bem
que poderia se chamar de Outubro Negro e por uma razão simples: a nossa é
a única microrregião do estado onde não existe um mamógrafo funcionado
pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A mamografia é o principal exame para a mulher detectar a câncer de
mama em seu estágio inicial, quando as chances de vencer o tumor mamário
são de quase 100%, mas a omissão dos governos estadual e municipais
deixa milhares de mulheres regionais, especialmente as mais pobres,
vulneráveis à doença em cidades importantes e bem populosas como
Itaporanga, Piancó, Conceição e Coremas. Nos demais centros urbanos do
Vale também não exisste equipamento para o atendimento à mulher ao longo
do ano.
Centenas delas já morreram nos últimos 25 anos, período que o Vale,
inclusive, chegou a ter deputados estaduais nativos, mas nunca lutaram
pela melhoria da saúde pública regional e até hoje os nossos hospitais
funcionam precariamente. Sem equipamentos e pouca iniciativa prática do
poder público, o Outubro Rosa na região tornou-se um tempo de adereços
coloridos e conversas fiadas.
Folha do Vale
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