Horas de espera e angústia para a família de uma criança prematura nascida no começo da manhã dessa quarta-feira, 23, no hospital distrital de Itaporanga, e que necessitava de remoção urgente. Como não havia ambulância para o transporte, o caso foi parar na delegacia de polícia e terminou resolvido, depois de muita polêmica.
Filha de uma mulher de 30 anos residente em Serra Grande e nascida com 34 semanas, a criança precisava urgente de uma UTI-Neonatal, mas houve demora na remoção, porque as duas viaturas do Samu de Itaporanga estavam desativadas: uma quebrada e outra sem equipamento médico nem placa.
A questão foi levada à delegacia, depois que a coordenação do Samu de Piancó recusou-se a enviar uma viatura para a remoção da criança, alegando que Itaporanga dispõe de ambulâncias e tem obrigação de mantê-las funcionando. Conforme o delegado José Pereira, a vida humana deve estar acima de qualquer coisa, todo esforço precisa ser feito para a preservação da vida, e o ideal é que as ambulâncias estivessem em ordem para atender a criança e qualquer outro necessitado. No entanto, conforme ele, “não haveria problema transportar a criança em uma ambulância sem placa, porque isso é uma questão administrativa que depois se resolveria”, comentou o delegado. Depois de toda celeuma, a criança foi removida na viatura sem licenciamento, mas a demora comprometeu ainda mais a saúde do recém-nascido.
De acordo com o delegado, este é o segundo caso nas últimas semanas em que familiares de pacientes precisam procurar a polícia para conseguir transporte para remoção dos enfermos. Recentemente, segundo ele, a família de um jovem com traumatismo craniano, proveniente de um acidente, procurou a delegacia para se queixar da falta de ambulância: o problema do transporte foi resolvido, mas a vítima não resistiu.
Há vários dias, as viaturas do Samu de Itaporanga estão com problemas, impossibitando o socorro a feridos e enfermos. No final de semana passado, dois jovens tiveram fraturas expostas em um acidente de moto e foi preciso a ação de viaturas do Samu de Piancó e Diamante para socorrer as vítimas.
Esta semana, um rapaz foi ferido à faca, mas, sem ambulância, a vítima teve que ser socorrida pela polícia. “Na mesma viatura, precisamos socorrer o ferido e levar o acusado, porque o Samu não está funcionando, assim fica difícil”, lamentou o sargento Genário, que comandava a guarnição policial que atendeu à ocorrência.
Folha do Vale
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