sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Coutinho ignora Itaporanga e nenhum representante estadual aparece em audiência sobre água. Vejam resultado

Menos da metade dos vereadores compareceu à audiência pública convocada pela própria Câmara Municipal para debater e tentar uma solução para o colapso no abastecimento d’água de Itaporanga, na noite dessa quinta-feira, 10. No entanto, a ausência mais sentida e reclamada foi a de representações do governo Coutinho. Ninguém do estado compareceu.
                Apesar de convidados, nenhum representante da Aesa, que é o órgão de gestão das águas, nem da Cagepa, responsável pelo abastecimento, e muito menos da secretaria estadual de recursos hídricos esteve na reunião pública, que foi presidida pelo vereador Neném de Adailton e contou ainda com os parlamentares mirins Ivanilton Palmeira, Ricardo Pinto, Hélio Rodrigues e João Guimarães, autor do requerimento que convocou a audiência.
                
No entanto, cidadãos comuns e entidades da sociedade civil organizada estiveram no centro, do qual também participou o prefeito Audiberg Alves e assessores dele voltados à questão hídrica. Eles apresentaram algumas ações paliativas que vêm sendo desenvolvidas para amenizar os efeitos da falta d'água, a exemplo da perfuração de poços e distribuição de água por carro-pipa, mas a assistência é insuficiente para atender toda a demanda e não dará conta de garantir água a toda a população urbana, quando o abastecimento for suspenso, o que deve ocorrer até janeiro do próximo ano em função do baixo volume do açude.
                Pelas várias explanações durante a audiência, a conclusão é que somente uma adutora emergencial do açude de Nova Olinda para cá é que deve resolver o problema. Em junho deste ano, durante plenária do orçamento estadual em Itaporanga, o governador Coutinho assinou uma ordem de serviço para a construção da obra, mas ela nunca saiu do papel. O governo foi muito criticado durante a reunião em função dessa negligência. “Eu vi quando o governador disse que, em 90 dias, Itaporanga tinha água, mas ele não cumpriu. Eu votei nele porque o tinha como um bom governador, mas hoje ele está negando um copo d’água a Itaporanga”, lamentou o motorista Eduardo Olegário, um dos vários populares que falaram durante o encontro, manifestando repúdio ao governo.
                Entre as entidades representativas da sociedade civil, a maçonaria, representada pelo venerável Paulo Porcino, e a fundação José Francisco de Sousa, pelo jornalista Sousa Neto,  mostraram documentos aos presentes para provar que há muito tempo cobram do poder público o desenvolvimento de um plano para evitar o colapso no abastecimento da cidade, e criticaram a omissão do governo, do qual nem, sequer, tiveram respostas.
                No final da audiência pública, foi escolhida uma comissão de dez pessoas que ficará responsável pelo encaminhamento das reivindicações às autoridades hídricas e políticas do estado, a principal delas é a adutora de engate rápido, como solução segura, mas a ampliação de poços e dos carros-pipas são medidas necessárias para o socorro imediato que também vão estar em pauta no trabalho da comissão.



Folha do Vale

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