A delação premiada de Marcelo Odebrecht e
dos executivos da empreiteira é, sem sombra de dúvida, uma das mais
esperada da operação Lava Jato. Isso porque os indícios de quem vem
muita coisa podre pela frente são dados já nas negociações de delação,
entre a força-tarefa da Lava Jato e os advogados da Odebrecht. Na última
semana, por exemplo, duas coisas chamaram a atenção, e dizem respeito a
Michel Temer e José Serra e a movimentação de caixa dois, ou de
pagamento de propina, no escândalo do petrolão.
José Serra foi citado por executivos da
Odebrecht em conversa com a força-tarefa da Lava Jato. Os funcionários
da empreiteira teriam dito que Serra recebeu R$ 23 milhões para sua
campanha presidencial em 2010. A informação foi dada em uma matéria
veiculada pela Folha de São Paulo, que inclusive, informou o valor
atualizado, com correção: R$ 34,5 milhões.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem
registrado que a empreiteira doou R$ 2,4 milhões para o comitê da
campanha de José Serra, portanto, os R$ 23 milhões teria sido doados
“por fora”. Por falar nisso, há ainda a informação de que o registro foi
feito em uma contabilidade paralela da Odebrecht e que aparece como
“departamento de propina”.
Já Michel Temer foi citado em uma
entrevista da revista Veja, que supostamente teve acesso a anexos das
negociações de delação premiada. Segundo a publicação, o presidente
interino teria solicitado uma ajuda financeira a Marcelo Odebrecht, em
um jantar realizado no palácio do Jaburu, em 2014, ocasião em que também
estavam presentes Eliseu Padilha e Paulo Skaf. A ajuda teria vindo na
forma de R$ 10 milhões, sendo que desse montante, R$ 4 milhões teriam
sido destinados a Padilha e os R$ 6 milhões restantes a Skaf, que na
época era candidato ao governo de São Paulo e tinha o apoio de Michel
Temer. O TSE teria direcionado para que as doações para campanha fossem
depositadas nas contas dos partidos, mas essa doação, em especial, foi
feita em dinheiro vivo.
Todos os envolvidos negaram ter recebido
doações da Odebrecht. Então – pegue sua pipoca, sente no sofá e
aguarde, porque quando o pessoal da Odebrecht começar a falar, a coisa
vai esquentar. E muito.
Fonte: Hora Brasil
Fonte: Hora Brasil
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