quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Proposta de Temer poderá acabar com uma das maiores conquistas dos professores do Vale e do país

 - Uma proposta do presidente da República interino, Michel Temer (PMDB), poderá acabar com uma das maiores conquistas do magistério nos últimos anos: o piso nacional dos professores da educação básica, que estabelece hoje mais de 2,1 mil reais para uma carga horária de 40 horas semanais, pagos por prefeitos e governadores por força de lei. Vários sindicatos do país, que representam a categoria, já começam a se movimentar para tentar barrar a iniciativa de Temer, o que deverá ganhar a solidariedade dos docentes do Vale e de todo o estado.
 
           De acordo com a proposta, o presidente interino pretende modificar a Lei 11.738/2008 (lei que regula o piso) e criar um programa denominado Travessia Social, o qual daria bônus aos professores que conseguissem melhorar o desempenho dos alunos e aperfeiçoassem suas práticas pedagógicas.
           Com o fim do piso, apenas os educadores que cumprirem as metas do novo programa teriam direito a uma espécie de abono, mas essa bonificação não iria para a aposentadoria.  Ou seja, acabariam os reajustes anuais lineares que ocorrem sempre a partir do mês de janeiro para todos os educadores da educação básica pública. Desde 2009, quando, de fato, passou a valer o piso nacional do magistério, os reajustes dos professores se dão pelo mesmo índice de crescimento do custo-aluno e sempre acima da inflação oficial.
           Para alguns especialistas em educação, a proposta de Michel Temer representa um grande atraso para a educação pública e para a valorização dos professores. Segundo eles, o desempenho dos alunos não é resultado exclusivo da atuação dos seus mestres. Eles enfatizam que o ensino-aprendizagem envolve diversos outros elementos, como a estrutura das escolas, as condições de trabalho e o próprio nível cognitivo de cada estudante. E a ideia de querer reduzir tudo isso somente à atuação do educador tem como objetivo justificar a ausência de valorização dos professores, pondo a culpa nos docentes, conforme afirmam educadores contrários à proposta do presidente interino.

Folha do vale

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