A investigação feita pela polícia apontou indícios
da participação de russos e americanos no controle do desafio da Baleia
Azul na Paraíba. O programa Frente a Frente, da TV Arapuan, debateu o
tema nesta segunda-feira (24) com o tenente-coronel Arnaldo Sobrinho,
que encabeça as investigações na Paraíba, com o psiquiatra forense José
Brasileiro, a pedagoga Gioconda Medeiros e a psicóloga cognitivo
comportamental Aracelly Marques.
Conforme Arnaldo Sobrinho, o primeiro caso suspeito da ‘Baleia Azul’
na Paraíba foi identificado há cerca de 15 dias, quando foi emitido um
alerta para que pais e responsáveis acompanhassem o comportamento de
crianças e adolescentes.
Pelo menos 20 casos de jovens que participaram do desafio foram
identificados na Paraíba. “Alguns efetivamente confirmados de
mutilações, condutas perigosas como subir em teto de escolas. Casos
relatados pelos pais extremamente preocupados”, explicou o
tenente-coronel.
Ele revelou que já foi identificada a participação de americanos e
indícios de russos no controle da Baleia Azul, que desafia os
participantes a cumprirem uma série de exigência como mutilação e
atentar contra a própria vida.
“Hoje mais informações, fizemos checagem do número de telefones
particulares, vamos formatar um relatório para compartilhar com
autoridades policiais”, disse Arnaldo Sobrinho.
Conforme as investigações, os controladores ou moderadores atuam como
responsáveis por conduzir o jogo e ameaçar de várias formas as vítimas
que não cumpram todas as etapas. A polícia identificou, por exemplo,
casos em que controladores ameaçaram matar a família das vítimas.
Ele alerta para que usuários se protejam nas redes sociais onde
facilmente podem ser encontrados telefone particular e escola onde
estudam adolescentes e crianças.
“Todo adolescente é vulnerável”
A psicóloga cognitivo comportamental Aracelly Marques considerou que a
adolescência é uma fase que marca transição, com busca de identidade e
ruptura com os pais. Em virtude dessas mudanças, ela afirma que todo
adolescente é vulnerável, o que existe um olhar atento dos pais e
responsáveis.
Ela ressalta que os adolescente negligenciados emocionalmente são
mais susceptíveis a se envolverem no desafio. “O jogo chegou de forma
impactante para os adolescentes”, avaliou.
Diálogo na rede municipal de ensino
O diálogo franco e aberto é a aposta dos profissionais da rede
municipal de ensino em João Pessoa para se aproximar dos adolescentes. A
psicopedagoga Gioconda Medeiros afirmou que é necessário dar mais
atenção e amor aos alunos, além de aproximar a família da escola.
“Isso realmente nos preocupa. Nas nossas escolas estamos trabalhando o
diálogo, chamando a criança para o diálogo. Nesse momento a gente
precisa conversar, não pode dizer que está certo ou errado. A gente tem
que sempre buscar essa criança para perto da gente”, alertou a
psicopedagoga.
Jogo desperta sensação de desafio
O psiquiatra forense José Brasileiro alerta que o poder de
impulsivamente se arriscar é um dos motivos pelos quais adolescentes são
atraídos e se envolvem no desafio da Baleia Azul. Ele destacou que jogo
foi construído por um grupo de pessoas na Rússia. “O jogo desperta a
sensação de desafio, de poder impulsivamente se arriscar, deles se
colocarem em posição de risco”, afirmou.
Sinais que devem ser observados
Isolamento, uso de roupas com mangas compridas, muito tempo recluso
no quarto e automutilação são comportamentos que devem ser observados
nos adolescentes. Os especialistas alertaram que os pais devem
acompanhar a postura dos filhos, estreitar a relação com a escola e
acionar as autoridades quando identificar qualquer comportamento
considerado anormal.
Fonte: Mais PB
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